terça-feira, 29 de julho de 2008

Hiperativos Famosos

August Rodin - (1840 - 1917) - artista plástico/escultor
Van Gogh – artista plástico 
Tolstoy – escritor 
Steven Spielberg - diretor de cinema 
Socrates – filósofo  Muhammad Anwar al-Sadat - (1918-1981) – presidente egípcio,ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1976  
Pablo Picasso - (1882-1973) – artista plástico
Nostradamus - (1503-1566) – físico e profeta 
Sir Issac Newton - (1642-1727) – cientista e matemático
Napoleon Bonaparte - (1769-1873) – imperador
Wolfgang Amadeus Mozart - (1756-1791) – músico
Abraham Lincoln - (1809-1865) – presidente dos EUA
John Lennon - (1940-1980) – compositor (um dos Beatles)
Micheal Jordan – jogador de basquete
Magic Johnson – jogador de basquete
Dustin Hoffman – ator
Ernest Hemingway – escritor
Whoopi Goldberg – atriz
Danny Glover – ator
Galileo (Galilei) - (1564-1642) – matemático/astrônomo
Albert Einstein - (1879-1955) – físico(só falou com 4 anos e só leu com 7 anos)
Thomas Edison - (1847-1931) - inventor da lâmpada(suas professoras disseram que ele era tão estúpidoque não seria capaz de aprender nada)
Kirk Douglas - ator
Walt Disney – (1901 - 1966 ) – criador do império “Disney” (um editor de jornal o demitiu porque ele não
 tinha       boas idéias)
Leonardo da Vinci - (1452-1519) – inventor/artista plástico
Salvador Dali – pintor
Tom Cruise - ator
Bill Cosby - ator
Cher – atriz/cantora
 
Jim Carrey – ator
Beethoven (1770-1827) – compositor
Alexander Graham Bell - (1862-1939)Inventor do telefone

IMPERTIVISMO por Ricardo Roberto da Silveira

Ricardo Roberto da Silveira. Professor do Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí – FACTU. Mestrando em Ciências do Ensino Superior.

Dirceia Morato Alves Campos. Pedagoga,Esp.

1.0. Introdução

Na última década grandes avanços foram obtidos na área de estudo sobre o TDAH. O quadro clínico está mais definido. Vários fatores etiológicos estão sendo investigados, particularmente na área biológica, como anormalidades nos circuitos subcórtico-frontais.De acordo com (Rohder,2003) os estudos da etiologia do TDAH está na infância. Também em relação a genética, intensamente investigada, os resultados são contraditórios, e nenhum gem pode ser considerado como o suficiente para o desenvolvimento desse transtorno. Isso se deve a grande heterogeneidade etiológica representada pela alta complexidade clínica da doença. O futuro do estudo da etiologia do TDAH envolve, certamente, a definição de possíveis “subfenótipos” no qual essa heterogeneidade esteja reduzida, sendo também muitas respostas positivas nas investigações antes de acertar um agente ambiental ou um gene como fator sustentável. A identificação dos possíveis fatores genéticos e ambientais é fundamental, uma vez que essa informação está diretamente relacionada ao esclarecimento da patofisiologia do TDAH e, a seu tratamento e prevenção. Um maior conhecimento ajudará na caracterização dos diferentes tipos da doença, determinando condições mais específicas, e , por tanto, mais eficazes do tratamento, ainda, a vulnerabilidade do TDAH poderá ser detectada precocemente, possibilitando se assim, o desenvolvimento das estratégias de prevenção. O crescimento nas pesquisas sobre a etiología do TDAH será extremadamente relevante para uma prática da psiquiatria da infância e da adolescência, também para os pacientes e suas famílias.

2.0. Conhecimentos sobre TDAH

Os maiores conhecimentos sobre TDAH provêm dos estudos feitos na população na idade escolar do ensino primário. O número de investigações científicas encontradas na idade pré-escolar, jovens e adultos, é significativamente menor. O presente trabalho tem como objetivo explicar a situação deste tipo de estudantes no Brasil e a necessidade de preparar os professores para trabalhar com eles e aumentar a qualidade da educação.Analisando as investigações educativas sobre o tema encontra se que Blanco afirma em (Rohde,2003) que o sistema educacional tem concentrado os objetivos do ensino no âmbito cognitivo, esses objetivos têm sido os mesmos para todos os alunos, e o ponto de referência é o aluno padrão. Tal posicionamento levou a uma situação caracterizada pela homogeneização e inflexibilidade do ensino, avaliação do tipo normativo com objetivos iguais para todos e, finalmente, a uma organização das atividades do ensino nos quais todos têm que fazer tudo ao mesmo tempo. A escola atual com freqüência desconsidera as diferenças individuais e está pouco aberta as diversidades, sendo, muitas vezes, incapaz de adequar recursos e metodologias tanto aos alunos que deles necessitam como aqueles que requerem qualquer tipo de resposta mais individualizada, de caráter transitório ou permanente. Uma escola aberta as diversidades tem que dar respostas as necessidades concretas de todos os alunos. Nesse sentido recorda se que muitas das dificuldades da aprendizagem é a mal adaptação escolar do aluno com TDAH que se intensifica não somente em razão de um planejamento educacional rígido e inadequado enquanto aos objetivos e metodologia, também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo de iguais. A presença dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular implica, obrigatoriamente, a modificação dos esquemas que produzem a desintegração desses alunos em determinado momento.

3.0. A educação especial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9394/96 dedica um capítulo específico a educação especial, desejando bem claro o papel e as obrigações das instituições sobre a adequação do ensino aos alunos com necessidades especiais, entre as quais poderíamos incluir o TDAH, embora, esse transtorno não seja citado.

No artigo 59, se expõe:

Os sistemas de ensino asseguram aos alunos com necessidades especiais:I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender suas necessidades;II – terminalidade específica para aqueles que não poderão alcançar o nívelexigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude desuas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo oprograma escolar para superdotados;III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior,para atenção especializada, e professores do ensino regular capacitados para a integração desses alunos nas salas comuns.Portanto, a possibilidade de flexibilidade na implantação dos currículos adaptados, com processos de avaliação diferenciados e estratégias individualizadas, é amplamente prevista e incentivada pelo órgão regulador. Na maioria das vezes, a prática demonstra que o sistema educacional, ainda está bastante estratificado, e os professores encontram dificuldades, algumas insuperáveis, para fazer as adaptações que são necessárias para atender ao aluno com TDAH. Diante das dificuldades encontradas pelos profissionais da educação que se deparam cada vez mais com os alunos portadores de TDAH, percebe se a necessidade de desenvolver maiores estudos para a compreensão do assunto e com isso propor novos programas de ação buscando uma formação de alta qualidade para que possam atender aos alunos com TDAH, pois percebe se que estes necessitam de atenção especial porque apresentam um grande déficit de atenção, ou não conseguem concentrar sua atenção nas aulas para poderem compreender os conteúdos ensinados, ainda são muitos agitados, não conseguem controlar se sozinhos e isso pode causar grandes problemas de socialização e convivência com seus professores e seus colegas, uma vez que esses colegas em sua maioria são alunos normais e não conseguem entender os motivos de alguns colegas que são hiperativos, não prestam atenção nas aulas, muitas vezes brigam com outros colegas, não obedecem aos professores; enfim, vivem causando problemas. Os professores por sua vez, têm grandes dificuldades para manter a disciplina em suas classes, pois não conhecem o problema desses alunos, não sabem que necessitam trabalhar juntos com profissionais da medicina, da psicologia e principalmente com os pais. Depois que os professores conhecem o problema, fica mais fácil trabalhar com alunos com e sem TDAH, inclusive porque nas escolas de ensino fundamental não tem classes somente com alunos com TDAH e hoje em dia é muito difícil encontrar uma classe que não tem nenhum aluno com esse transtorno.

4.0. Conclusões

Atualmente, por exigência na área educacional, os professores têm procurado mais informações, mas ainda assim, no caso do TDAH não é fácil detectar o problema porque pode manifestar se somente mediante um dos transtornos, ou seja, somente déficit de atenção, ou somente hiperatividade ou impulsividade, ou como os médicos chamam, o TDAH combinado. Quando se trata do TDAH combinado, este é detectado com mais facilidade que os outros casos, por tanto, se esses profissionais não conhecem nada de TDAH, não saberão do que se trata.De acordo com as conclusões obtidas, verifica se a necessidade que as crianças com TDAH têm de uma atenção especial e que não a encontram em sua vida acadêmica.A presença dos professores compreensivos, que conheçam o transtorno, a disponibilidade dos sistemas de apoio e oportunidades para que esses alunos se integrem nas atividades que conduzem o êxito na sala de aula são imprescindíveis para que a criança com TDAH possa desenvolver todo seu potencial.

5.0. Referências Bibliográficas

BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Diretrizes aos alunos portadores de altas habilidades: superdotação e talentos/Ministério da Educação e do Desporto. Brasília: MEC/SEESP,1995.50P.

BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial: Deficiência/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP, 1995, p. 65.MACHADO J.B. Superdotado: como nidificar, desenvolver, integrar: coletânia de dados. Rio de Janeiro: Rotary Club do Rio de Janeiro, 1989.

MACHANO.J. Educação Especial dos superdotados Rio de Janeiro: ABSD, 1986.

ROHDE, Luís Augusto P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

SAVIANI, D. A nova lei da educação(LDB): trajetória, limites e perspectivas. 5 ed.

Campinas: Autores Associados, 1999. 262 p.

Livros interessantes sobre transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: Mentes Inquietas: Entendendo Melhor o Mundo das Pessoas Distraídas, Impulsivas e Hiperativas

Autora: Ana Beatriz B. Souza.

Editora: Gente / São Paulo12ª Edição / 222 páginas.

De autoria de Ana Beatriz Barbosa Silva, médica com pós-graduação em psiquiatria pela UFRJ e especialização em Medicina do Comportamento pela Universidade de Chicago, Estados Unidos.Por ser uma obra densa e recheada de exemplos reais, colocarei aqui algumas coisas que me chamaram especial atenção numa visão geral deste livro.Pessoas com sintomas típicos como desatenção, desorganização e atabaolhamento, muitas vezes são vistas como não tendo jeito e muitas vezes levam uma vida soterrada por críticas e culpa. Mente Inquieta (cérebro com funcionamento DDA), não significa um cérebro defeituoso. Seu comportamento peculiar é responsável pelas suas melhores características, bem como suas maiores angústias. O livro aborda vários traços comportamentais de pessoas com mente inquieta. Citarei algumas:- Desvia a atenção por qualquer estímulo;- Dificuldade em prestar atenção na fala de outros;- Desorganização cotidiana;- Dificuldade com atividades obrigatórias de longa duração;- Interromper as tarefas no meio;- Tendência a estar sempre ocupado;- Costume de fazer várias coisas ao mesmo tempo;- Hipersensibilidade;- Instabilidade de humor;- Tendência ao desespero;- Depressões freqüentes entre outros.Para essas pessoas, é um desafio adequar-se ao ritmo não-elétrico dos outros. Um caso real que achei interessante foi de um Contador que sentia-se tolhido numa escada rolante.Para ele, escada rolante significava tortura, de forma que ele a subia normalmente. Uma vez que a escada se move, ele rapidamente chegava ao topo enquanto as pessoas aguardavam calmamente o movimento da escada.São traços que como diz a autora, podem ‘cair mal’ para quem precisa trabalhar em funções burocráticas, rotineiras ou repetitivas ao passo que é positivo para quem exercita a criatividade como compositor ou artista.Achei curiosa a abordagem da afetividade nessas pessoas: emoção em excesso e escassez de razão. São pessoas que amam intensamente no interior de suas mentes, mas não conseguem colocar em prática o que vivem em seus pensamentos. Muitas vezes, seus parceiros sequer imaginam que são objetos de tão nobres sentimentos. Felizmente toda essa emoção tende a transformar-se em poesias, obras literárias ou músicas. Semelhante a um vulcão inativo, a pessoa pode apresentar-se calma e tranqüila externamente, mas por dentro, mantém-se agitado e inquieto.A autora cita o nome de alguns famosos que apresentavam esses traços. Citarei alguns:Fernando Pessoa – Em sua obra há traços de inquietação, contradição, devaneios, dificuldade em seguir regras. (Como no poema “Liberdade”: Ai que prazer/ não cumprir um dever/ ter um livro pra ler/ e não o fazer...) Criou por isso vários ‘eus’, os heterônimos, indicando uma personalidade inquieta e de humor instável.Leonardo da Vinci – Uma mente movida por inquietação. Além de pintor, foi arquiteto, botânico, urbanista, cenógrafo, cozinheiro, inventor, geógrafo, físico e até músico. Deixou uma infinidade de obras inacabadas por começar vários projetos ao mesmo tempo, característica desse tipo de funcionamento mental.Ludwig Van Beethoven – Inquieto, polêmico e incompreendido. Era acometido de devaneios e distrações, segundo seus amigos. Produziu obras geniais sem escutá-las. Elas brotavam de sua mente inquieta, imune à sua surdez.Pessoas com este problema tem vulnerabilidade para desenvolver outros transtornos como TOC, Fobias, Pânico, Depressão, transtornos alimentares e de humor, para citar alguns.A autora dedica um capítulo ao maior desafio: a difícil tarefa de dormir bem e orienta como relaxar um cérebro a mil por hora. Em suma, Mentes Inquietas é um guia para quem apresenta esse funcionamento cerebral que mescla desafios vários com muita criatividade. A autora transmite uma visão otimista sobre o problema e uma variedade de recursos para tratamento. Tirei muito proveito desta leitura e por isso a recomendo.

Sandra Lima Costa Melo
Publicado no Recanto das Letras em 25/02/2008

Trecho do livro: Resolvemos elaborar, com base empírica advinda da experiência clínica, uma tabela com cinqüenta critérios sugeridos para DDA na população adulta. Procuramos, dentro do que foi possível, buscar critérios relacionados com a vida cotidiana, visando facilitar a auto (de si próprio) e/ou hetero (do outro) identificação, bem como seu entendimento prático. Ao ler a lista a seguir, considere a freqüência e a intensidade com as quais as situações ocorrem e pense na possibilidade de caracterizar um funcionamento DDA se, pelo menos, trinta e cinco das opções forem positivas. Cabe destacar, ainda, que a lista foi subdividida em quatro grandes grupos para enfatizar situações decorrentes dos sintomas primários do DDA (desatenção, hiperatividade e impulsividade), bem como situações secundárias, ou seja, aquelas que quase sempre aparecerão como consequência do próprio “desgaste” do cérebro DDA e das dificuldades crônicas enfrentadas por essas pessoas nos diversos setores de suas vidas afetiva/familiar, social e profissional.

1º Grupo: Instabilidade da atenção:

1. Desvia facilmente sua atenção do que está fazendo, quando recebe um pequeno estímulo. Um assobio do vizinho é suficiente para interromper uma leitura.
2. Tem dificuldade em prestar atenção à fala dos outros. Numa conversa com outra pessoa tende a captar apenas “pedaços” soltos do assunto.
3. Desorganização cotidiana. Tende a perder objetos (chaves, celular, canetas, papéis), atrasar-se ou faltar a compromissos, esquecer o dia de pagamento das contas (luz, gás, telefone, seguro).
4. Freqüentemente apresenta “brancos” durante uma conversa. A pessoa está explicando um assunto e no meio da fala esquece o que ia dizer.
5. Tendência a interromper a fala do outro. No meio de uma conversa lembra de algo e fala sem esperar o outro completar seu raciocínio.
6. Costuma cometer erros de fala, leitura ou escrita. Esquece uma palavra no meio de uma frase ou pronuncia errado palavras longas como “cineangiocoronariografia”.
7. Presença de hiperfoco (concentração intensa em um único assunto num determinado período). Um DDA pode ficar horas a fio no computador sem se dar conta do que acontece ao seu redor.
8. Dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de longa duração. Participar como ouvinte de uma palestra em que o tema não seja motivo de grande interesse e não o faça entrar em hiperfoco.
9. Interrompe tarefas no meio. Um DDA freqüentemente não lê um artigo de revista até o fim, ou ouve um CD inteiro.

2º Grupo: Hiperatividade física e/ou mental:

10. Dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Durante uma palestra ou sessão de cinema costuma mexer-se o tempo todo na tentativa de permanecer em seu lugar.
11. Está sempre mexendo com os pés ou as mãos. São os indivíduos que têm os pés “nervosos”, girando suas cadeiras de trabalho, ou que estão sempre com suas mãos ocupadas, pegando objetos, desenhando em papéis ou ainda ajeitando suas roupas ou seus cabelos.
12. Constante sensação de inquietação ou ansiedade. Um DDA sempre tem a sensação de que tem algo a fazer ou pensar, de que alguma coisa está faltando.
13. Tendência a estar sempre ocupado com alguma problemática em relação a si ou com os outros. São as pessoas que ficam “remoendo” sobre suas falhas cometidas, ou ainda sobre os problemas de amigos ou conhecidos.
14. Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo. É a pessoa que lê e vê TV ou ouve música simultaneamente.
15. Envolve-se em vários projetos ao mesmo tempo. Um exemplo é a pessoa que tem várias idéias simultaneamente e acaba por não levar a cabo nenhuma delas em função desta dispersão.
16. Às vezes se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir em alta velocidade.
17. Freqüentemente fala sem parar, monopolizando as conversas em grupo. É a pessoa que fala sem se dar conta de que as outras estão tentando emitir suas opiniões (além de não se dar conta do impacto que o conteúdo do seu discurso pode estar causando a outras pessoas).

3º Grupo: Impulsividade:

18. Baixa tolerância à frustração. Quando quer algo não consegue esperar, se lança impulsivamente numa tarefa, mas, como tudo na vida requer tempo, tende a se frustrar e desanimar facilmente.
19. Costuma responder a alguém antes que este complete a pergunta. Não consegue conter o impulso de responder ao primeiro estímulo criado pelo início de uma pergunta.
20. Costuma provocar situações constrangedoras, por falar o que vem à mente sem filtrar o que vai ser dito. Durante uma discussão, um DDA pode deixar escapar ofensas impulsivas.
21. Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo. Filas, telefonemas, atendimento em lojas ou restaurantes podem ser uma tortura.
22. Impulsividade para comprar, sair de empregos, romper relacionamentos, praticar esportes radicais, comer, jogar etc. É aquela pessoa que rompe um relacionamento várias vezes e volta logo depois, arrependida.
23. Reage irrefletidamente às provocações, críticas ou rejeição. É o tipo
de pessoa que explode de raiva ao sentir-se rejeitada.
24. Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecidas. Um exemplo seria o trabalhador que teima em não usar equipamentos de segurança, apesar de saber da importância destes.
25. Compulsividade. Na realidade a compulsão ocorre pela repetição constante dos impulsos, os quais, com o tempo, passam a fazer parte da vida dessas pessoas, como as compulsões por compras, jogos, alimentação etc.
26. Sexualidade instável. Tende a apresentar períodos de grande impulsividade sexual alternados com fases de baixo desejo.
27. Ações contraditórias. Um DDA é capaz de ter uma explosão de raiva por causa de um pequeno detalhe (por mexerem em sua mesa de trabalho, por exemplo) numa hora e, poucos momentos mais tarde, ser capaz de uma grande demonstração de afeto, através de um belo cartão, flores ou um carinho explícito. Ou ainda ser um homem arrojado e moderno no trabalho e, ao mesmo tempo, tradicional e conservador no âmbito familiar e afetivo.
28. Hipersensibilidade. O DDA costuma melindrar-se facilmente. Uma simples observação desfavorável sobre a cor de seus sapatos é suficiente para deixá-lo internamente arrasado, sentindo-se inadequado.
29. Hiper-reatividade. Essa é uma característica que faz com que o DDA se contagie facilmente com os sentimentos dos outros. Pode ficar profundamente triste ao ver alguém chorar, mesmo sem saber o motivo, ao mesmo tempo que pode ficar muito agitado ou irritado em ambientes barulhentos ou em presença de multidão.
30. Tendência a culpar os outros. Um DDA muitas vezes poderá culpar outra pessoa por seus fracassos e erros, como o aluno que culpa o colega de turma por ter errado em uma questão da prova, já que este colega estava cantarolando baixinho na hora.
31. Mudanças bruscas e repentinas de humor (instabilidade de humor). O DDA costuma mudar de humor rapidamente, várias vezes no mesmo dia, dependendo dos acontecimentos externos ou ainda do seu estado cerebral, uma vez que o cérebro do DDA pode entrar em exaustão, prejudicando a modulação do seu estado de humor.
32. Tendência a ser muito criativo e intuitivo. O impulso criativo do DDA é talvez a maior de suas virtudes. Pode se manifestar nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
33. Tendência ao “desespero”. Quando um DDA se vê diante de uma dificuldade, seja ela de qualquer ordem, ele tende a vê-la como algo impossível de ser transposto e com isso sente-se tomado por uma grande sensação de incapacidade. Sua primeira reação é o “desespero”. Só mais tarde consegue raciocinar e constatar o verdadeiro “peso” que o problema tem. Isso ocorre porque seu cérebro apresenta dificuldade em acionar uma parte da memória chamada funcional, cujo objetivo é trazer à mente situações vividas no passado e utilizá-las como instrumentos capazes de ajudar a encontrar saídas para as mais diversas problemáticas.

4º Grupo: Sintomas secundários:

34. Tendência a ter um desempenho profissional abaixo do esperado para a sua real capacidade.
35. Baixa auto-estima. Em geral o DDA sofre desde muito cedo uma grande carga de repreensões e críticas negativas. Sem compreender o porquê disso, ele tende, com o passar do tempo, a ver-se de maneira depreciativa e passa a ter como referência pessoas externas e não ele próprio.
36. Dependência química. Pode ocorrer como conseqüência do uso abusivo e impulsivo de drogas durante vários anos.
37. Depressões freqüentes. Ocorrem em geral por uma exaustão cerebral associada às frustrações provenientes de relacionamentos malsucedidos e fracassos profissionais e sociais.
38. Intensa dificuldade em manter relacionamentos afetivos, conforme será visto na parte referente à dificuldade afetiva dos DDAs.
39. Demora excessiva para iniciar ou executar algum trabalho. Tais fatos ocorrem pela combinação nada produtiva de desorganização aliada a uma grande insegurança pessoal.
40. Baixa tolerância ao estresse. Toda situação de estresse leva a um desgaste intenso da atividade cerebral. No caso de um cérebro DDA esse desgaste apresentar-se-á de maneira mais marcante.
41. Tendência a apresentar um lado “criança” que aparecerá, por toda a vida, na forma de brincadeiras, humor refinado, caprichos pensamentos mágicos e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias.
42. Tendência a tropeçar, cair ou derrubar objetos. Isso ocorre em função da dificuldade do DDA de concentrarse nos atos e de controlar ou coordenar a intensidade de seus movimentos.
43. Tendência a apresentar uma caligrafia de difícil entendimento.
44. Tensão pré-menstrual muito marcada. Ao que tudo indica, em função das alterações hormonais durante esse período, que intensificam os sintomas do DDA. A retenção de líquido que ocorre durante os dias que antecedem a menstruação parece ser um dos fatores mais importantes.
45. Dificuldades em orientação espacial. Encontrar o carro no estacionamento do shopping quase sempre é um desafio para um DDA.
46. Avaliação temporal prejudicada. Esperar por um DDA pode ser algo muito desagradável, pois em geral sua noção de tempo nunca corresponde ao tempo real.
47. Tendência à inversão dos horários de dormir. Em geral adormece e desperta tardiamente, por isso alguns deles acabam viciando-se em algum tipo de hipnótico.
48. Hipersensibilidade a ruídos, principalmente se repetitivos.
49. Tendência a exercer mais de uma atividade profissional, simultânea ou não.

E, finalmente, o último critério, que não se enquadra em nenhum dos quatro grupos de sintomas, mas tem sua relevância confirmada pelos estudos que apontam participação genética marcante na gênese do DDA:

50. História familiar positiva para DDA.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

domingo, 27 de julho de 2008

TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma doença, ou melhor
dizendo um transtorno neurobiológico, inicialmente vinculado a uma lesão cerebral mínima. Nos anos 60, devido à dificuldade de comprovação da lesão, sua definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora excessiva. Existe também o Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade. A doença nasce com o indivíduo e já aparece na pequena infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.

O transtorno se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando o paciente tenta não mostrá-lo. Existem vários graus de manifestação do TDAH, os mais caracterizados são tratados com medicamentos, como o cloridrato de metilfenidato (Ritalina em sua versão comercial). Recebe às vezes o nome DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) ou SDA (Síndrome do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD.)

Na década de 80, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É uma doença reconhecida pela OMS (Organização Mudial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos.

Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de saúde mental que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de sintomas.

Sintomas relacionados a desatenção: não prestar atenção a detalhes; ter dificuldade para concentrar-se; não prestar atenção ao que lhe é dito; ter dificuldade em seguir regras e instruções; desvia a atenção com outras atividade; não terminar o que começa; ser desorganizado; evitar atividades que exijam um esforço mental continuado; perder coisas importantes; distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo; esquecer compromissos e tarefas; problemas financeiros; Tarefas complexas se tornam entediantes e
ficam esquecidas; dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo



Os sintomas relacionados a hiperatividade/impulsividade: ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado; não permanecer sentado por muito tempo; pular, correr excessivamente em situações inadequadas; sensação interna de inquietude; ser barulhento em atividades lúdicas; ser muito agitado; falar em demasia; responder às perguntas antes de concluídas; ter dificuldade de esperar sua vez; intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.

Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.

Causas:

As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.

Quem pode diagnosticar TDAH:

O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, podendo ser feito por profissional que conheça profundamente o transtorno e uma vez diagnosticado, o tratamento baseia-se em medicação se necessário e acompanhamento psicológico, fonoaudiológico ou psicopedagógico. O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializados podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH. Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas através de medicações.

Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de minorar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.

O uso de medicamentos.

É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.

Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças, o que pode ser denomiado de Hiperatividade de fundo social, diferente de TDAH.
 
Nota: Alguns autores usam a terminologia Desordem em lugar de
Transtorno, portanto DDAH em lugar de TDAH.
 
fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Testando um Bipolar na faculdade – SEGUNDA PARTE

Argumentei que mais da metade do trabalho estava feito, que não havia necessidade disso, que os professores nos ajudariam, etc, etc. Obviamente não era isso que eu gostaria de dizer, mas apenas o que realmente passava pela minha cabeça, enquanto eu olhava a cara de descontentamento delas, seguia o monólogo. Tudo começou a ficar bem claro. Desde o início elas não desejavam fazer o trabalho, assim como tantos outros onde elas apenas apareciam para colocar o nome, este não seria exceção. Comecei então a faze-lo, da melhor maneira que eu podia. No início nossa professora coordenadora fez reuniões conosco para saber onde estávamos situados dentro do projeto. O que ainda faltava, quais itens poderiam ser incluídos, quais os próximos passos a serem dados. Ela mesma disse que muito já havia sido feito através do pré-projeto. Dei continuidade por onde ela nos orientou. Acrescentei os itens sugeridos e outros que eu acreditava serem necessários. Trocamos e-mails com as atualizações e mudanças que aos poucos moldavam o nosso (o meu) TCC. Quanto as minhas caras colegas, elas nunca responderam um e-mail durante todo o final do semestre. Num dado momento em que elas perceberam que eu havia tomado controle da situação, exigiram uma reunião entre nós para saber o que estava acontecendo. Fui de bom agrado. Para meu espanto, elas levaram a Patrícia para verificar se tudo o que eu havia feito estava dentro do que deveria ser um TCC. Fiquei puto da vida, mas não demonstrei nada e mantive a calma. Acho que aprendi a ser ainda mais cínico na faculdade. Começamos nossa conversa, elas mostraram um e-mail (eu repassava a elas os e-mails que por mim eram recebidos) da professora onde ela pedia a inclusão de um item no trabalho. A Irene sendo a mais barraqueira começou a falar alto, dizendo que não trabalhávamos em grupo, que a Patrícia estava ali para nos ajudar (estava ali para ajuda-las, quem nunca fez um trabalho sozinha não saberia fazer um TCC), que a professora havia pedido um item que estava atrasado, etc, etc, etc. Bem, eu fiz a cara mais calma do mundo e argumentei que desde as férias do semestre passado não havia nenhuma colaboração por parte delas, que após eu ter recebido a proposta de encomendarmos o TCC com a Patrícia, não havia mais respeito por elas e desde então comecei a fazer sozinho o trabalho. Houve mais grito, mais troca de acusações, eu mencionei todos os e-mails que foram enviados por mim relatando o desenvolvimento do trabalho com minhas opiniões inclusas. Se naquele instante fossemos avaliados pela banca, com certezas elas seriam reprovadas. A Irene disse que não havia recebido nenhum e-mail, Simone reforçou ainda mais este fato. Patrícia tentou contornar a situação dizendo que deveríamos ir com mais calma, trabalharmos em grupo, etc, etc. Mostrei a ela o item que a professora havia pedido, todo elaborado e impresso, argumentei que elas estavam desatualizadas como sempre. Irene ressaltou mais uma vez que eu não havia mandado nenhum e-mail. Respirei fundo e percebi que naquele instante haveria um “rachão”. Cada um para o seu lado, e provavelmente elas ficariam juntas, fariam todo seu teatro diante da professora coordenadora posicionando-se como vitimas e acabaria sobrando para mim. Eu não me importaria, desde que eu ficasse com o meu material e continuasse com o mesmo tema. Faltavam uns dois meses para a entrega. Eu poderia arriscar, perder ou vencer. Preferi dar espaço para a Patrícia com os seus argumentos “faça amor, não faça guerra”, acalmando o histerismo da Irene (sinceramente eu acho que era falta de p...). Iniciei novamente dizendo que estava tudo bem, que eu passaria a telefonar mais ao invés de mandar tantos e-mails, etc, etc. Acabamos a reunião, mais tarde ao chegar em casa na frente do computador, fui até a caixa de saída dos meus e-mails e imprimi cerca de 26 e-mails dentre os quais eu havia enviado para elas. Ainda havia uns 15, mas achei que a tinta da impressora não seria suficiente. Mostrei para a Patrícia que foi testemunha de todo aquele barraco. Ela disse que compreendia meus argumentos, que na verdade a Irene e a Simone não sabiam abrir ou puxar arquivos do e-mail. Esta era a verdade, mas que elas não admitiriam. Depois daquela guerra, percebi que eu teria que carrega-las nas costas, justamente aquelas que só estavam me f... Na verdade eu vi inúmeros outros casos em grupos da minha sala. Conversando com colegas, ou apenas observando, percebi que sempre há aqueles que se aproveitam dos outros. Eu não pude voltar atrás. Se não fosse assim, eu correria o risco de prejudicar tudo o que eu havia feito. No final eu ainda tive que ceder ainda mais, fingindo que elas estavam corretas quando na verdade estavam erradas, e quando um dos professores durante a apresentação percebeu algo e perguntou quem havia sido o líder do grupo e elas (pelo menos) indicaram nossa professora orientadora. Sei de todos os altos, e baixos que sofri. Das crises de mania, das inúmeras vontades de deixar aflorar meus sentimentos de manda-las para o inferno, enviar um e-mail para a professora explicando que eu estava trabalhando sozinho. Sofri todas as dores e humilhações, mas no final ficamos com uma nota dez. Algo que senti ter recebido sozinho. Não importa o que tenha acontecido, pois alguém tinha que estar realizando aquele trabalho que era tão importante e decisivo em nossa carreira acadêmica. Se demonstraram tanta tranqüilidade sendo omissas, enquanto todos os outros grupos evoluíam, era justamente por saberem que eu estava trabalhando. Foi o melhor trabalho de minha vida, mas não pretendo esconder mais quem eu sou.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Testando um Bipolar na faculdade - PRIMEIRA PARTE

Nesta semana estou começando a contabilizar todas as perdas e ganhos da minha última semana na faculdade. Na verdade ainda dependo do resultado de uma última matéria antes de poder considerar-me formado no curso de enfermagem. Testei até as últimas conseqüências, a terapia medicamentosa do qual venho me submetendo desde o início do semestre, além dos conselhos e autoconhecimento que obtive durante meus quatro anos de terapia psicanalítica. Paguei todos os meus pecados, e quase joguei tudo para o alto por causa do trio ridículo que formei com outras duas garotas que foram completamente omissas com o trabalho de conclusão de curso. Pensei em inúmeras vezes abandonar o trio e fazer sozinho o que já estava sendo de total responsabilidade minha. Eu nunca imaginava conhecer o “jeitinho brasileiro” personificado numa mulher, como conheci trabalhando com estas duas. Em especial a Irene que sempre chegava atrasada nos estágios, colava em todas as provas, evitava fazer esforço ao participar dos trabalhos em grupo e armava um grande barraco quando era contrariada. Adorava tomar cerveja e ir a baladas populares como forró, pagode e axé. Ia ao salão de cabeleireiro constantemente retocar a chapinha, tingir o cabelo de loiro, fazer as unhas. Embora dizia não ter grana para ajudar nas cópias e tantos outros materiais que tínhamos que correr atrás durante o semestre. A outra era a Simone. Não se diferenciava muito da Irene. Acho que existia uma simbiosidade entre as duas. Ambas trabalhavam no mesmo hospital, no mesmo horário, almoçavam nos mesmos lugares e sempre chegavam juntas dando cobertura uma a outra na assinatura de listas de presença. Esta última, no entanto, fez uma cirurgia plástica no nariz, desejava fazer uma lipoaspiração e sempre procurava produzir-se. Ao excesso algumas vezes. São boas pessoas para conversar, sair, falar mal dos professores ou divertir-se, mas são péssimas no quesito responsabilidades acadêmicas. Não vou condena-las totalmente, embora tenha sofrido muito com suas omissões, falta de responsabilidade, etc . Não havia desculpas para atrasos e falta de coordenação nas ações para a conclusão do trabalho. Antes do final do sétimo semestre já estavam bem definido quais seriam os grupos, os temas, o que deveria ser feito. Eu opinei em continuarmos com o mesmo tema do pré-projeto, aproveitando todo o material que já havíamos pesquisado anteriormente, restando apenas complementarmos um pouco mais sobre o assunto. É o ponto máximo do último semestre. É a guilhotina para muitos grupos que por “este”, ou “aquele” detalhe, são obrigados a ficarem mais seis meses na faculdade. Já vi pessoas chorarem durante a apresentação do TCC por diversos motivos. Há os que compram um TCC pronto e são descobertos, ou aqueles que desfazem o grupo na última semana, esquecem regras, etc. Há de tudo. Para o aumento da minha gastrite a nossa banca seria formada nada mais ou nada menos, que pela diretora e responsável do nosso curso de enfermagem, a Doutorada e grandessíssima f.d.p que já havia sido motivo de reclamações de muitos colegas, seja pela forma de ignorar nossas reivindicações e pedidos de melhoria para o nosso curso, ou quanto a maneira de nos ignorar ao procurá-la. O segundo era o excelentíssimo e cínico professor e responsável pelas nossas atividades acadêmicas e campos de estágio. Um pavão bajulador que sempre nos contemplava com boas notas durante a avaliação de nossa atuação durante os estágios, por saber que muitos destes locais indicados por ele eram fracos, ou insuficientes, para treinar aqueles que não tinham conhecimentos ou experiência na área da saúde. Quero deixar bem claro, que existe uma diferença dentro da sala de aula e que talvez não exista em outros cursos. Dentro da sala de aula existem os que já possuem experiência na área da enfermagem por atuarem como auxiliares, técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, etc. E aqueles que nunca colocaram os pés dentro de um hospital. Sim, existe toda uma diferença, e algumas aulas parecem que são apenas para quem já sabe a rotina de um hospital. Numa outra oportunidade falarei sobre isso. Continuando... A terceira pessoa seria a nossa adora Professora de Saúde Mental e Administração, que fez tudo o que pode por nós, que nos ajudou a resolver os principais problemas encontrados. Não estou exagerando, ela foi escolhida para ser homenageada durante a formatura. Durante algumas de nossas reuniões e confraternizações, durante o decorrer do curso ela chegou a dançar no meio dos alunos para nos divertir. Sinceramente acho que ela é hiperativa (risos). Depois do tema, e banca definida, tínhamos que continuar o processo para fazer o TCC. Terminando o sétimo semestre, tivemos as férias de fim de ano, procurei mandar e-mails para minhas duas colegas combinando reuniões e encontros para que não deixássemos nada para a última hora. Esse foi um termo que havíamos combinado antes das férias. Mas não houve o retorno de um e-mail ou telefonema sequer. Comecei a preocupar-me. Ao retornarmos das férias eu estava meio “irritado”, “puto da vida”, etc. Fiquei calado e esperei para ver o que acontecia. Três semanas após o retorno das aulas, a Irene e a Simone chegaram até a mim e sugeriram que nós pagássemos a uma outra colega para fazer o nosso TCC. Esta colega era a Patrícia, ao contrario destas duas, ela era muito inteligente, esforçada, etc. Algumas vezes ganhava grana fazendo dissertações, e elaborações de trabalhos para outros colegas que não tinham tempo ou vontade.Bem, esta foi à punhalada que recebi nas costas. Segurei a respiração, para não perguntar o que elas andaram fazendo durante todas as férias que não quiseram se reunir para começar a p... do trabalho, se a tintura de cabelo havia atingido seus neurônios, ou toda a  cerveja e vinho barato que elas adoravam consumir. Fechei os olhos e procurei me controlar. Pouco a pouco, fui argumentando num tom cínico, mas controlado. Continua...