sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sobre o que pensamos

Dizem que mente vazia é oficina para o diabo, que pensamentos ruins só assaltam a mente daqueles que permitem que isso aconteça. Posso concordar com a primeira afirmativa, mas tenho objeções quanto a segunda. Diariamente meus pensamentos tomam forma de preocupações, dúvidas, arrependimentos e maquinações que me consomem. Não importa onde eu esteja. São poucos os momentos onde isso não acontece. Tomando um cafezinho perto da faculdade, passo a meditar sobre a minha carreira, os trabalhos que preciso entregar, sobre as escolhas que fiz. Tudo vem à tona de forma automática. Se ainda houvesse algum ganho. Novas idéias, soluções para problemas antigos ou formas de melhorar a minha vida. Mas infelizmente isso não acontece. Carrego uma bola de ferro preso ao tornozelo. Sei que devo me livrar disso de alguma forma. A terapia me ajuda muito, pessoas que dividem comigo seus problemas também. Mas não é o suficiente. O que não consigo resolver de imediato, acaba surgindo novamente num outro momento como um grande monstro. Tento arranjar algo que me faça parar, que freie este mecanismo. A tecla “foda-se” que muitos dizem apertar quando estão paranóicos, estressados, cansados. Preciso procurar algo que tenha esta força dentro de mim. Perceber que nem todos os problemas se resolvem facilmente. Que não sou responsável por tudo o que acontece comigo. Fazer algo que me de prazer. Quem sabe um pouco mais de fé na vida, nas minhas escolhas.

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. Buda

Sobre Monstros - Quimera



É uma figura mítica que, apesar de algumas variações, costuma ser apresentada como um ser de cabeça e corpo de leão, além de duas outras cabeças, uma de dragão e outra de cabra. Outras descrições trazem apenas duas cabeças ou até mesmo uma única cabeça de leão, desta vez com corpo de cabra e cauda de serpente, bem como a capacidade de lançar fogo pelas narinas. Graças ao caráter eminentemente fantástico de tal figura mítica, o termo quimerismo e o adjetivo quimérico se referem a algo que não passa de fruto da imaginação, uma ilusão, um sonho.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quimera

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Após surto psicótico, policial transexual acusada de assalto é presa e algemada em hospital

A investigadora de polícia transexual Renata Pereira Azevedo, de 30 anos, foi presa no último dia 15 sob acusação de roubo - artigo 157 do Código Penal, que pressupõe "grave ameaça" à vida.

A informação foi publicada no último domingo (25) pelo jornal Folha de S. Paulo na reportagem intitulada "Vida nada cor-de-rosa", de Laura Capriglione e Marlene Bergamo.

Na última sexta-feira o Condepe - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana -, da Secretaria da Justiça, apresentou a denúncia de "Gravíssimas violações dos direitos humanos" que envolvem a prisão da trans, em Campinas.

De acordo com a reportagem, Renata não portava arma alguma quando foi presa. Em sua bolsa foram encontradas maquiagem e um celular Samsung SGH-C276 (preço: R$ 139), que não pertencia a ela.

"Renata estava surtada. Xingou tudo e todos. Na Corregedoria da Polícia em Campinas, para onde foi levada, distribuiu cusparadas. Ao delegado titular, perguntou: 'Você é o Serra?', 'Você é o Lula?', 'Você é uma maricona?' Mesmo algemada, arremessou na autoridade a sandália que calçava. Cantou em italiano para o pai, que então já acompanhava a prisão do filho. Tirou a roupa", relata a matéria.

A transexual foi diagnosticada por Gabriela di Mattia, psiquiatra do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) com "transtorno afetivo bipolar -episódio maníaco". Foi dopada com Haldol (antipsicótico) e prometazina (hipnótico) e não assinou o boletim de ocorrência. Apagou.

Segundo o jornal, a policial acordou amarrada pelo peito e braços a uma maca no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Campinas. Renata estava algemada à cama e um PM armado fazia a escolta. A reportagem aponta que durante cinco dias - entre as 22h57 do dia 15 e as 9h do dia 20 - quando foi levada para um leito na Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a trans ficou exatas 100 horas e 43 minutos deitada de costas, amarrada e algemada.

Na última quarta-feira (21), o psiquiatra Paulo César Sampaio, psiquiatra do Governo do Estado, encontrou Renata ainda presa à cama quando a visitou, a pedido do Condepe.

"Está claro que a paciente não pode ser responsabilizada por seus atos durante um surto psicótico; portanto, não poderia responder por roubo e estar algemada. É de uma injustificável crueldade física e psicológica algemá-la na ala psiquiátrica", disse Sampaio ao jornal depois de analisar relatórios médicos e entrevistar a mãe.

O jornal relata a saga de Renata até o episódio do dia 15. A trans mora com a família em uma casa de classe média. Tem dois irmãos, estudou em colégios tradicionais de Campinas e está no quinto ano de Direito na PUC. Prestou concurso para investigador de polícia e passou. A trans colocou o primeiro silicone nos quadris, quando tinha 18 anos. Na mesma idade, ainda tentou se matar e sofreu a primeira internação. "Tinha aparência masculina quando entrou para a polícia, aos 21 anos. Aos 24, passou a viver 100% como mulher- roupas, cabelo, maquiagem, unhas. Com 25, 'colocou peito', escreveram as jornalistas.

Em oito anos de polícia, entre licenças médicas, foram cinco transferências de departamento. Dois dias antes de ser presa, a mãe de Renata percebeu que ela não estava bem. "Ele estava agitadíssimo. Era mau sinal", conta. A trans dizia que era filha de Silvio Santos, ouvia vozes demoníacas em músicas de Ivete Sangalo, tinha a fórmula secreta da loteria.

No dia anterior à prisão, Renata apareceu à noite em um bar no centro de Campinas e causou confusão. No dia 15, hora do almoço, reapareceu com as mesmas roupas, sem ter dormido. Exigiu o celular de uma funcionária do bar e espatifou-o no chão. Saiu desvairada. Topou com um rapaz dentro de um carro VW Parati. Mostrou a carteira de policial e, aos gritos, tomou-lhe o celular. Depois disso Renata foi presa.

fonte: http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=9569&titulo=Ap%25F3s+surto+psic%25F3tico%252C+policial+transexual+acusada+de+assalto+%25E9+presa+e+algemada+em+hospital

domingo, 25 de outubro de 2009

Onde conseguir informações sobre o transtoro bipolar e seu tratamento

ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos
Av. Paulista, 2644 - 7° andar – cj.71 São Paulo. SP – CEP: 01310 - 300
Fone: (11) 3256 – 483
www.abrata.com.br

Instituto de Pesquisa Hospital das Clinicas – FMUSP
Grupo de Estudos de Doenças Afetivas – GRUDA
Rua Olívio Pires de Campos, 225M, Salas 2 e 3 – São Paulo – SP
CEP: 05403 – 010 - Fone: (11) 3069 – 6648
www.hcnet.usp.br

Projeto Fênix
www.fenix.prg.br
e-mail: fênix@fenix.org.br

PRODAF – Programa de Distúrbios Afetivos e Ansiosos
Rua Botucatu, 416 – Vila Mariana
São Paulo – SP – CEP:04023 – 061
Fone: (11) 5579 – 6784
www.unifesp.br/dpsiq/grupos/assistenc.htm

STABILITAS – Associação dos Usuários de Estabilizadores do Humor Familiares e Amigos
Fone: (51) 9914 – 9559
www.stabilitas.kit.net

atenção: este blog não tem nenhum vinculo com as instituições citadas

sábado, 24 de outubro de 2009

Misticismo


Tenho uma amiga que atualmente queixa-se por sentir-se muito ansiosa e angustiada ao andar de trem, diz que não suporta todas aquelas pessoas ao seu redor, que sente desejo de agredi-las quando ocasionalmente tocam em seu corpo. Acrescenta que não sente mais vontade de sair de casa, que não atende mais aos telefonemas da família. Que ao pensar em todos os compromissos que exigem sua presença fora de casa, ou do seu escritório, uma sensação ruim começa a toma-la. Durante nossas conversas, eu acabei revelando a ela que eu sofria de transtorno bipolar. A principio tive que explicar o que era isso, mas ela não teve dificuldades em compreender. Criamos um pouco de confiança um pelo outro, e passamos a conversar sobre diversos assuntos. Ela disse que a uns cinco anos atrás, começou a ouvir vozes, e que algumas vezes chegou ferir os braços com um estilete em decorrência disso. Preocupada com a situação, acabou procurando centros espíritas de diversas denominações, para tentar descobrir o que estava acontecendo. Foi então que revelaram que ela tinha uma espécie de mediunidade, e que isso deveria ser trabalhado. Satisfeita com a explicação, não procurou médicos ou psicólogos. Passou a seguir as orientações que foram dadas. Atualmente com os “excessos de ansiedade”, procurou novamente explicações espirituais para tais fenômenos. Disseram-lhe que sua mediunidade está sendo desenvolvida, e que isso abriu seus canais para que vários tipos de espíritos a importunassem. Bem, o que dizer a uma pessoa que depositou na religiosidade a solução de seus problemas psíquicos? Que acredita possuir um dom dado por Deus, que obviamente trás alguns incômodos, mas que não deixa de ser uma ferramenta para o bem? Decide que não vou interferir. Já conheci pessoas com este tipo de problema, e que foram parar em hospitais ou clinicas, após uma forte crise, ou comportamento autodestrutivo. Que confundiram distúrbios psiquiátricos com dons dados por Deus. Ontem conversamos por alguns momentos, e ela disse que começou a freqüentar uma terapeuta para resolver algumas questões pessoais. Quem sabe se através disso ela não procure explicações um pouco mais cientificas para sua realidade? Na verdade eu não sei. Sou seu amigo, mas não posso julga-la. Acho que a própria decisão de procurar uma terapeuta foi uma influencia minha. Da minha realidade, e da forma como enfrenta a minha bipolaridade. Não tenho certeza. Espero que ela fique bem, e tenha a certeza que sempre poderá contar comigo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saber Viver


Sábado, domingo e feriado. Nada tão emocionante quanto ficar em casa três dias consecutivos sem fazer nada de especial. O ponto máximo do meu feriado foi degustar uma pizza de mussarela, e assistir dois DVD´S do qual eu já sabia o final. Para alguns talvez isso represente “suicídio social”, mas para mim desde que eu não esteja depressivo ou em hipomania sigo tranqüilo pensando na vida. Mas também não serei falso dizendo que eu não trocaria este marasmo por um céu estrelado na beira de alguma praia, ou quem sabe uma tarde quente conversando com alguns amigos num bar. Pois é, mas aí que a coisa toma ares de fantasia. Primeiro eu precisaria arranjar um gênio da lâmpada mágica, e exigir meus três desejos. Meus amigos estão na maioria casados, comprometidos, pensando em como vão pagar o financiamento do carro, o colégio do filho, a tv a cabo, etc. Céu estrelado em qualquer praia paulistana num feriado prolongado, também representa barulho, musicas de axé no último volume, filas, pessoas que talvez não sejam tão solidárias e educadas quanto você, cheiro de “Jamaica” no ar, a obrigação de se divertir, ou fazer valer aquelas tantas horas de transito que você enfrentará na volta, sem falar dos pedágios. Talvez lendo isso alguém pense que eu seja anti-social, ou algo parecido. Na verdade eu preciso ajustar algumas coisas. Gosto de fazer amigos, ter colegas para conversar, dar telefonemas, ou simplesmente para ficar bonito na foto. Há pessoas que são fissuradas em tirar fotos ao estilo “sorria e acene”. Nem que depois de uma semana já não lembre mais o nome de metade das pessoas do retrato, cuja prima do interior de Minas trouxe sem avisar para verem a praia pela primeira vez. Amigos de verdade eu tive apenas um, que infelizmente morreu na adolescência. Praias são ótimas fora da temporada, quando finalmente estão um pouco mais vazias e limpas. Você consegue realmente perceber todos os detalhes da natureza ao seu redor. Depois de algum tempo longe da loucura que tentamos acreditar ser o melhor para nós, a vida parece ter um sentido diferente. Tudo passa, tudo muda. Posso voltar aqui na próxima semana com outra opinião. Hoje estou apaixonado por esta idéia. Mas pense bem, imagine se eu não estivesse? Ficar em casa todo revoltado, xingar e dizer que minha vida é uma merda, etc, etc.. Vou levando, quem sabe alguma coisa esteja certa no meu modo de pensar. Pode não ser como você, mas também não devo estar totalmente errado.

Saber Viver
Por Cora Coralina

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar

sábado, 17 de outubro de 2009

Reforma psiquiátrica

A Reforma Psiquiátrica pretende construir um novo estatuto social para o doente mental, que lhe garanta cidadania, o respeito a seus direitos e sua individualidade.

Diretrizes

A reforma psiquiátrica pretende modificar o sistema de tratamento clínico da doença mental, eliminando gradualmente a internação como forma de exclusão social. Este modelo seria substituído por uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial, visando a integração da pessoa que sofre de transtornos mentais à comunidade.

A rede territorial de serviços proposta na pela Reforma Psiquiátrica inclui centros de atenção psicossocial (CAPS), centros de convivência e cultura assistidos, cooperativas de trabalho protegido (economia solidária), oficinas de geração de renda e residências terapêuticas, descentralizando e territorializando o atendimento em saúde, conforme previsto na Lei Federal que institui o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Esta rede substituiria o modelo arcaico dos manicômios do Brasil. A reforma psiquiátrica a desativação gradual dos manicômios, para que aqueles que sofrem de transtornos mentais possam conviver livremente na sociedade. Ocorre que muitos deles sequer têm nome conhecido, documentos, familiares, dificultando a reinserção social. Também não possuem acesso aos benefícios sociais oferecidos pelo Estado, como a aposentadoria e auxílio-doença.

História

O movimento pró Reforma Psiquiátrica no Brasil teve início na década de 70, por reivindicação de médicos e familiares de pessoas com transtornos mentais.

A reforma psiquiátrica é o tema de um debate em andamento no Brasil há anos, as resoluções tomadas neste processo ainda não foram totalmente implementadas. Em abril de 2001 foi aprovada a Lei Federal de Saúde Mental, nº 10.216, que regulamenta o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Psiqui%C3%A1trica

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ponto de Vista

14/10 - Mais um feriado se foi. Três dias em casa sem muitas emoções. A grana no banco está acabando, e ainda não recebi nenhuma oferta de emprego digna de atenção. Uma academia entrou em contato oferecendo o aluguel de uma sala. Eu poderia "meter as caras" e tentar arriscar, mas já trabalhei com isso por mais de dez anos e sei como funciona. Este é um período de transição, aos poucos as salas esvaziam-se. Em novembro e dezembro são dadas as últimas provas do ano, época de vestibulares, férias, Natal, ano novo, etc. Academia é algo sazonal, não rende de forma homogênea o ano todo. Por isso muitas tentam prender os alunos com as mais diversas manobras comerciais. Os professores que trabalham com salários fixos não se importam muito, mas aqueles que dependem de comissão são obrigados a soar a camisa. Uma estratégia muito comum é realizar um último exame de faixa próximo ao Natal. Desta forma os vestibulandos e aqueles que ficaram em dependência nos colégios e escolas, acabam dando um jeito de não faltarem às aulas, ainda mais quando eles são escolhidos para trocarem de faixa. A estratégia é esta, e quase sempre dá certo. Depois que terminei a faculdade de enfermagem, a minha visão mudou muito. Acho que amadureci um pouco mais. Dar aulas tem algo de "Peter Pan", toda academia é uma espécie de "Terra do Nunca". Os professores geralmente são jovens, bem vestidos, musculosos e cheios de motivação e energia. Ironicamente eles não podem envelhecer. Você já viu um algum professor de cabelos grisalhos e aparência fora dos padrões citados dando aulas? Com todo respeito, pois velhice significa experiência e sabedoria.  Imagino que um professor que dá aulas a vinte ou trinta anos, deva ter mais experiência do que um novato. Mas infelizmente dentro das salas de musculação, nas piscinas, nas aulas de danças, e nas inúmeras modalidades oferecidas, o que vemos é um culto constante a juventude. Sei que existem lugares onde a realidade não é tão dura, mas sejamos sinceros, é uma pequena fração do mercado. Não preciso explicar mais do que isso, quem freqüenta academia sabe do que estou dizendo. Sendo esta a realidade, vou persistindo na minha procura, nos meus contatos, e terminando minha pós-graduação aos poucos. Posso receber uma bela proposta e voltar a dar aulas, mas com certeza esta não será a minha principal atividade. Quero voltar a trabalhar, e exercer minha verdadeira profissão que é a enfermagem.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Balada do Louco













Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sem Máscaras

Hoje não vou colocar nenhuma máscara. Não vou usar frases de efeito, nada que me deixe num estado de transe, num processo cego e vicioso que impeça que eu expresse o que realmente sinto. Estou cansado de marchar seguindo sempre as mesmas regras, o mesmo ritmo, a mesma direção. Ninguém sabe o que verdadeiramente sinto. Amorteço o monstro que há dentro de mim, colocando-o numa espécie de camisa de força, torço para que isso possa segura-lo. Isso que é tão necessário para que eu consiga viver, para que eu seja aceito como uma pessoa normal por todas as pessoas que estão ao meu redor. Sigo numa melancolia “estabilizada”, uma tristeza controlada que aprendi a esconder. Do que seria de mim, se não fosse assim? A vida segue, as contas chegam, as exigências, as cobranças, tudo se acumula embaixo da porta. Sem ganhos, sem trocas, vou administrando as perdas. Tenho comprimidos coloridos, dos mais diversos formatos e tamanhos que engulo a cada dia torcendo para que eles nunca acabem. Sou escravo da minha doença, das minhas instabilidades, dos meus pensamentos intensos. Num palco cheio de incertezas tento desejar coisas simples. Um emprego, um pouco de independência, a chance de ser eu mesmo.  Nas crises me distancio de todos, espero pela melhora aguardando sozinho. As mulheres que conquistei foram breves momentos de ternura no meio do turbilhão. Não passo mais de três meses com alguém, mais do que isso é impossível. Amo e odeio com a mesma intensidade. Destruo sonhos, transformo desejos em arrependimento, saudades em raiva ou ressentimento. Tantas promessas desperdiçadas. Olho para o teto, respiro fundo. Preciso terminar este texto de uma forma positiva, mas não consigo. Quero escrever que amanhã tudo será diferente, talvez no Natal, ou quem sabe no próximo ano, mas é mentira. Nada vai mudar, vou continuar marchando.



Perfeição
Legião Urbana


Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...
Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...
Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...
Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Psicoterapia cognitiva no tratamento da depressão e do transtorno bipolar - Dr. Francisco Lotufo Neto

Objetivos e característicasA terapia cognitiva tem como função ajudar o paciente a aprender métodos mais efetivos de lidar com pensamentos, sentimentos e comportamentos que lhe trazem desconforto. Além disso, aborda a situação causadora da ansiedade ou depressão e os problemas cognitivos que estão relacionados à origem da perturbação emocional.

O modelo cognitivo
O modelo cognitivo propõe que as emoções e comportamentos das pessoas são relacionados a como percebem ou interpretam os eventos. Isto pode ser identificado através de um primeiro nível de pensamento denominado "Pensamento Automático" (PA).

Os pensamentos automáticos podem não ser realistas e muitas vezes contem erros de lógica. Surgem a partir de crenças acerca de si próprio e do mundo, que são desenvolvidas ao longo da vida, geralmente desde a infância. Algumas dessas crenças são centrais, fundamentais para o indivíduo. Elas determinam o entendimento sobre como eu e as coisas "são" e são consideradas verdades absolutas. As situações da vida são em geral interpretadas através de um prisma determinado por estas crenças. Esta interpretação se irreal ou distorcida pode criar ou manter ansiedade e depressão. A avaliação realista e a modificação dos Pensamentos Automáticos Negativos produzem um alívio dos sintomas, porém a melhora duradoura é resultado da modificação das crenças básicas dos pacientes.

Transtorno Bipolar
A Terapia Comportamental-Cognitiva para a pessoa portadora do Transtorno Bipolar tem os seguintes objetivos:

Educar pacientes e familiares sobre o Transtorno Bipolar, seu tratamento e suas dificuldades. Ensinar métodos para monitorar a ocorrência, a gravidade e o curso dos sintomas maníaco - depressivos. Facilitar a aceitação e a cooperação com o tratamento. Oferecer técnicas não medicamentosas para lidar com sintomas e problemas. Ajudar a enfrentar fatores de estresse que estejam interferindo no tratamento. Estimular a aceitação da doença e diminuir o estigma associado ao diagnóstico.

A pessoa aprende a reconhecer padrões de comportamento e pensamento, a ter papel mais ativo no tratamento, a lidar com os problemas que produzem estresse e a reconhecer os sintomas que indiquem que uma recaída pode acontecer, para agir preventivamente.



Dr. Francisco Lotufo Neto é Profº Associado – Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Texto retirado do site da ABRATA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FAMILIARES, AMIGOS E. PORTADORES DE TRANSTORNOS AFETIVOS - www.abrata.org.br

domingo, 4 de outubro de 2009

Sem dormir

Depois de dez dias dormindo quatro, ou até mesmo três horas por noite, consegui finalmente ter duas noites de sono normais. Resolvi não recorrer a nenhum tipo de medicamento para normalizar a situação. Usei meus próprios meios, e meu psiquiatra foi informado sobre isso, na verdade não dou passos mais largos do que minhas pernas. Não faço experiências com o meu tratamento. Aprendi a seguir a terapia medicamentosa da forma mais fiel possível. Se com fidelidade algumas vezes a coisa se torna um imenso monstro negro de olhos vermelhos, o que aconteceria se eu fizesse o contrário? Acordei cedo neste domingo e resolvi abrir o meu arquivo morto. Fui até o meu e-mail para dar uma limpada na minha caixa de entrada. Encontrei mensagens que se acumularam ao longo destes últimos três anos, correspondências que eu nunca abri por um motivo ou outro. Pela correria do dia a dia, por minhas fases e crises, pela má conexão da minha internet, etc. Havia mais de quinhentas mensagens acumuladas num emaranhado de propagandas, anúncios de faculdades, cursos, lojas e informativos de sites de notícias. Mais uma vez fui buscar algo melancólico para me ocupar, ao invés de relaxar e aproveitar o dia. Acabei por lembrar de pessoas que fizeram breves passagens pela minha vida, outras que permaneceram tanto tempo ao meu lado que eu nunca imaginaria que um dia fosse embora. Todas elas registradas em fotos, poemas, coisas úteis, fúteis, lembranças deixadas de uma época que ficou congelada no tempo. Não abri tudo o que estava guardado, seria impossível fazer isso numa única manhã. Mas vi o suficiente para ficar pensativo e com um pouco de saudades. Nem todos foram embora da melhor maneira possível, algumas não responderiam o meu e-mail, caso eu enviasse algum. Na verdade, só depois de um bom tempo consigo avaliar a situação de maneira racional e perceber o quanto eu errei na maioria das vezes. Não sei se isso é culpa do Icaro, do transtorno bipolar de humor, ou se há uma forma de separar uma coisa da outra. Acho que não, talvez daqui uns dois ou três anos eu esteja novamente olhando para a minha caixa de mensagens e passando por este mesmo processo. Espero que isso mude. Sinceramente eu não desejo permanecer para sempre assim. Quero mudar a minha vida.


Pescador De Ilusões
O Rappa

Se meus joelhos
Não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé
Que me traga fé...
Se por alguns
Segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol
A isca e o anzol
A isca e o anzol
A isca e o anzol...
Ainda assim estarei
Pronto pra comemorar
Se eu me tornar
Menos faminto
E curioso
Curioso...
O mar escuro
Trará o medo
Lado a lado
Com os corais
Mais coloridos...
Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...
Se eu ousar catar
Na superfície
De qualquer manhã
As palavras
De um livro
Sem final! Sem final!
Sem final! Sem final!
Final...
Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...
Se eu ousar catar
Na superfície
De qualquer manhã
As palavras
De um livro
Sem final! Sem final!
Sem final! Sem final!
Final...
Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões...
Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...
Valeu a pena
Valeu a pena
Sou pescador de ilusões
Valeu a pena
Valeu a pena
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões
Valeu a pena!...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Desencontro


Desencontros são passagens frustrantes
quer sejam de dia ou de noite.
Assim como o Sol não se encontra com a Lua.
Nossos "desmomentos" foram marcantes.

Te queria só meu,
despido em meu quarto vazio.
Te encontrei vestido na multidão
Eras do mundo...
E por todas tinha tesão.

Imaginei momentos só nossos.
E construí castelos na areia.
Você envolveu outras pessoas.
Só a água no castelo passeia.

Se na vida desencontros são importantes.
Os nossos foram demais.
Esperar o momento certo também cansa.
Vê se me nota, me encontra... Nos dias atuais.

Sol Lua©
Mooca São Paulo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Solidão

Depois de algum tempo neste mar calmo que se tornou minha vida afetiva, posso dizer que estou oficialmente livre. Abandonei qualquer companhia feminina que tivesse algum potencial de me confundir. E como é fácil me confundir, ou fazer com que eu perca o rumo das coisas. Sou mestre em tal habilidade, não me faça perguntas difíceis. Não sei responder o ponto exato em que isso acontece, mas acontece com freqüência. Se não me vejo na condição de assumir algo verdadeiro, prefiro ficar sozinho. Por verdadeiro eu diria um grande amor, uma relação cheia de redenção, empatia, cumplicidade, etc. Tudo aquilo que faz um homem colocar uma algema de dedo e ir para o altar deixando para trás todos os pontos positivos que a solteirice tem. Prometi que faria isso antes do meu último namoro, mas não cumpri a promessa, e acabei quebrando a cara. Há pessoas que aparecem na minha vida com um rótulo bem grande pregado na testa, “vou te ferrar”. No entanto, eu acabo cedendo, foi o que fiz da última vez. Não respeitei a minha experiência, os sinais que havia ao meu redor, e nem mesmo a opinião de alguns amigos. Mas por qual motivo eu ignorei os outdoors que anunciavam a desgraça? Sinceramente? Eu havia dito que não sabia o ponto exato, mas lá vão algumas teorias... Talvez por esperança, pela companhia, carência sexual, beleza, por status, etc. Mas existe algo bem mais forte do que isso. Algo que prejudica todo o meu discernimento, que me coloca em caminhos nebulosos, uma coisa que carrego no meu DNA. Sinceramente eu acho que é a minha instabilidade emocional, os meus altos e baixos. A incapacidade de me controlar totalmente Se tudo esta sobre controle, acabo passando por uma depressãozinha que me deixa exposto, carente, necessitando de ajuda. Sou tipicamente melancólico e depressivo. Não sou o tipo de bipolar que vive em mania, esbanjando energia e impulsividade. Sou o contrário. Por isso a melhor maneira de se ver livre de enrascadas seja ficar sozinho, ou só arriscar quando os sinais forem favoráveis. Alguns podem dizer que estes sinais não existem, que as aparências enganam, etc, etc. Mas convenhamos que depois dos trinta anos todos já sabem alguma coisa sobre relacionamentos, ou pelo menos o que não se deve fazer. Vou ficar quietinho no meu canto e continuar vendo a banda passar. Não sirvo para ser “pinto amigo” de ninguém. Alguns homens acham isso ótimo, sexo por amizade, sem compromisso, mas sou diferente. Que bom! Num mundo onde todos querem ser aquilo que é ditado pela maioria, alguém resolveu ser diferente. Idéias e pensamentos de um bipo.

Tão Longe De Tudo
Barão Vermelho

Composição: Guto Goffi
Solidão amiga do peito
Me dê tudo que eu tenha por direito
Me diga, me ensina
Ao dormir não sinto medo
Há um sol, existe vida
Me trate com jeito
Eu tenho saída
Eu quero calor e o mundo é frio
Minha vaidade não enxerga o paraíso
Eu preciso de alguém pra fugir,
sem avisar ninguém
Não vou olhar pra trás
A saudade está morta
E já não me importa
Está longe demais
Longe demais de tudo
Eu estou longe demais
Longe demais de tudo
Eu estou longe demais
Tão perto de mim
Tão longe de tudo

OUTUBRO














Outubro é o décimo mês do ano no calendário gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Outubro deve o seu nome à palavra latina octo (oito), dado que era o oitavo mês do calendário romano, que começava em março.

Curiosidades:

Outubro começa sempre no mesmo dia da semana que o mês de janeiro, quando o ano não é bissexto

Eventos

1 de Outubro - Dia Nacional da República Popular da China
5 de Outubro - Revolução de 5 de Outubro de 1910, que levou à Implantação da República Portuguesa
7 de Outubro - Fundação de Pirenópolis, Goiás em 1727

Eventos cíclicos

12 de Outubro - Dia das Crianças Brasil
12 de Outubro - Dia da Padroeira do Brasil
12 de Outubro - Dia Nacional da Espanha
13 de Outubro - Dia do Fisioterapeuta (Brasil)
15 de Outubro - Dia do Professor (Brasil)
16 de Outubro - Dia Mundial da Alimentação
18 de outubro - Dia do Médico
24 de Outubro - Dia da Organização das Nações Unidas
31 de Outubro - Dia das Bruxas (Halloween)
31 de Outubro - Dia da Reforma Protestante