Sigo batalhando em busca dos meus objetivos. A passos largos,
indecisos, ou mesmo vacilantes. A vida não espera por ninguém, ela
simplesmente segue o seu curso. Penso no mundo ao meu redor, nos erros
do passado, nos acontecimentos do presente. Preocupo-me demasiadamente.
Se ao menos estas meditações me levassem as soluções que tanto preciso.
Mas não levam... Poucas coisas me tiram deste estado de vigília. Isso
me faz sofrer, me culpar, buscar evidencias das minhas falhas. Mas nem
sempre foi assim, houve um tempo em que eu não castigava tanto o meu
ego. Um tempo em que eu dava aulas em academias, saia com meus colegas,
bebia, ouvia problemas dos outros. Tinha uma vida social mais
diversificada e isso me ajudava a quebrar este ciclo. Mas com o passar
do tempo, num processo que envolveu a perda do meu emprego, distorções
criadas pelas minhas instabilidades de humor, e o envolvimento com
pessoas que não desejavam estar ao meu lado nos maus momentos, fui aos
poucos me isolando. Deixando de acreditar no ser humano. E como diz um
poeta...
“Morre lentamente quem se transforma em
escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não
muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com
quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre
lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e
os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira
a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo
pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos
uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...”
Pablo Neruda
Sou
responsável pela minha vida, minha felicidade, pelo mundo que crio ao
meu redor, e pelas pessoas que permito se aproximarem de mim. Se por um
lado tenho uma pedra no meu sapato com minha bipolaridade com tantos
pensamentos e ciclos que me arremessam para cima e para baixo, do outro
eu também tenho a terapia, medicamentos, e a família pacientemente ao
meu lado. Não vou esperar que alguém me faça feliz apenas por eu
desejar isso. O ser humano é falho e nada mudará esta realidade.
Preciso pensar assim, quebrar este ciclo. Usar as técnicas que aprendi
na terapia, minha própria experiência de vida, minha fé. Preciso
emergir, voltar a superfície e continuar lutando...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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