domingo, 10 de janeiro de 2010

Bipolares Famosos em suas Diversas Áreas

Vale dizer que não é requisito ser bipolar para ser artista, mas vários estudos apontam que a presença de bipolaridade é bem mais freqüente entre artistas do que na população em geral. Essa tendência tem a ver com o espírito inovador e o temperamento emocionalmente intenso, curioso e empreendedor.

Literatura:

 
Agatha Christie, Virginia Woolf, Ernest Hemingway, Edgar Allan Poe, Graham Greene, Hans Christian Andersen. Na poesia, Fernando Pessoa, T. S. Eliot, Walt Whitman.

Música:

 
No Rock, Cazuza, Axl Rose (vocalista do Guns n' Roses), Kurt Cobain (ex-vocalista do Nirvana), Elvis Presley, Janis Joplin e Jimmy Hendrix. 

No jazz, o pianista Thelonius Monk. Na música erudita, Tchaikosvky, Mozart e Maria Callas.

Cinema:

 
Robin Williams, Jim Carrey, Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor.

Artes plásticas:

 
Paul Gauguin e Vincent van Gogh, revelados inclusive pela intensidade das cores de seus quadros.

Filosofia e ciência:

 
Platão e Isaac Newton.

Política:

 
Winston Churchill, Abraham Lincoln e Ulysses Guimarães.

sábado, 9 de janeiro de 2010

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR (PSICOSE MANÍACO DEPRESSIVO)



Sinônimos e nomes relacionados:
Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.

O que é a doença bipolar do humor:

Até bem pouco tempo conhecida como psicose maníaco-depressiva, a doença bipolar do humor é caracterizada por períodos de um quadro depressivo, geralmente de intensidade grave, que se alternam com períodos de quadros opostos à depressão, isto é, a pessoa apresenta-se eufórica, com muitas atividades, às vezes fazendo muitas compras ou efetuando gastos financeiros desnecessários e elevados, com sentimento de onipotência, quase sempre acompanhados de insônia e falando muito, mais que seu habitual. Esse quadro é conhecido como mania. Tanto o período de depressão quanto o da mania podem durar semanas, meses ou anos. Geralmente a pessoa com essa doença tem, durante a vida, alguns episódios de mania e outros de depressão. É importante ficar claro que mania, no sentido médico, é diferente de mania para o leigo, significando para este hábitos que a pessoa sempre repete.

O que causa a doença bipolar do humor:

A base da causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença. Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada.

Como se manifesta a doença bipolar do humor:

O mais chamativo da doença bipolar do humor são os episódios de mania que podem alternar-se, geralmente ao longo dos anos, com a depressão. Os episódios começam a manifestar-se em geral por volta dos 15 a 25 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. A freqüência em homens e mulheres, contudo, é a mesma. A pessoa apresentando o quadro de mania mostra um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente eufórico e alegre, às vezes com períodos de irritação e explosões de raiva, contrastando com um período de normalidade, antes da doença manifestar-se. Além disto, há uma auto-estima grandiosa (com a pessoa sentindo-se poderosa e capaz de tudo), com necessidade reduzida de dormir (a pessoa dorme pouco e sente-se descansada), apresentando-se muito falante, às vezes dizendo coisas incompreensíveis (pela rapidez com que fala), não se fixando a um mesmo assunto ou a uma mesma tarefa a ser feita. De que outras formas a doença bipolar do humor pode se manifestar: Existem três outras formas através das quais a doença bipolar do humor pode se manifestar, além de episódios bem definidos de mania e depressão. Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa. Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva. A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.

Como se diagnostica a doença bipolar do humor:

O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico. A dosagem de lítio no sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.

Como se trata a doença bipolar do humor:

O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, a oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.

fonte: ABC da Saúde

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Feliz 2010!

Estou vivo, apesar de tudo sobrevivi... Natal, ano novo, e suas respectivas vésperas. Com minha família toda viajando para o litoral, acabei fazendo companhia para a minha cocker e o bichano de uma amiga. Ela foi para o Chile visitar o irmão, e pediu encarecidamente que eu cuidasse do gato, e desse uma “olhada” em sua residência. Fui babá de animaizinhos de estimação e leão de chácara. Tive longos debates com minhas companhias, e devo dizer que chegamos a várias conclusões sobre a origem do universo, a existência de vida em outros planetas, e o motivo das mulheres serem tão incompreensíveis. Não dei festa alguma, não fiquei de porre, nem ao menos tentei flertar com alguma companhia feminina. Acho que estou ficando velho, mas apesar de tudo também não arranjei encrenca ou entrei em mania como em outros anos. Na verdade houve uma única encrenca com a família de minha ex-mulher. Não sou perfeito, eles também não são, e da história que carrego desde a minha separação muitas feridas ainda está abertas. Os amigos não telefonaram, poucos enviaram felicitações, e tudo isso serve apenas para confirmar aquilo que eu já sei, o que a vida ensina, e o que muitos pensadores escreveram ao longo dos séculos. 

Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.
Confúcio

Deus me defende dos amigos, que dos inimigos me defendo eu.
Voltaire

Ter muitos amigos é não ter nenhum.
Aristóteles


Brincadeira! Tenho alguns amigos, mas não em número suficiente para segurar as alças do meu caixão, e normalmente estão tão ocupados com suas próprias vidas que eu mesmo chego a duvidar que eles existam. Acho que preciso resolver isso antes que eu morra. Não quero ser levado de carrinho, prefiro o jeito tradicional. Sobre os desejos para o próximo ano, eu gostaria de acordar todas as manhãs sorrindo apesar da chuva, do metro lotado, e de todas as contas que tenho para pagar. Algumas vezes demonstro uma irresistível irritação, inquietude ou melancolia. Mas não é minha culpa. Não tenho domínio sobre a bioquímica cerebral que me rege, a complexibilidade de seus neurotransmissores, e os eventos estressores do dia a dia. Desde a descoberta do meu diagnóstico como bipolar até aqui, já se passaram mais de dez anos, três crises depressivas, inúmeras idas a psiquiatras, terapeutas, palestras em entidades especializadas, etc. Até a escolha de minha profissão foi influenciada pela minha patologia. Ou eu decifrava a charada, ou seria devorado pela esfinge (citando o mito de Édipo). Neste primeiro ano de 2010 eu pretendo reforçar um dos motivos que me levou a criar este blog. Talvez eu volte a publicar as primeiras matérias que disponibilizei sobre bipolaridade. As características da doença, os sintomas, tratamentos, entidades assistenciais, etc. Se pelo menos uma pessoa se beneficiar do que for divulgado neste pequeno espaço, eu já estarei fazendo minha parte. Bobagens eu escreverei sempre, isso faz parte de mim. Mas não estou aqui para divulgar meu verdadeiro nome, engrandecer o meu ego, ou mostrar as fotos das minhas férias. Muitos já fazem isso. Quero entrar para a “corrente do bem”. Há muitos bipolares que acreditam que não existam pessoas que possam compreende-los. Isso não é verdade. Existe muita pesquisa sendo feita sobre o tema, livros escritos tanto por especialistas como por bipolares, entidades dando apoio gratuito, sites, comunidades de relacionamentos na internet, etc. O importante é dar o primeiro passo, deixar os estigmas e os preconceitos de lado e buscar ajuda.

Agradeço a Deus por hoje estar sorrindo e cheio de vida. Se por acaso amanhã eu amanhecer agressivo ou triste e melancólico, peço que Ele esteja ao meu lado. E que não me permita esquecer que apesar do fardo, existe um caminho de voltar. Um caminho que já trilhei centenas de vezes.

Feliz 2010!