sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Síndrome de alienação parental

Síndrome de alienação parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner em 1985 para a situação em que um dos pais de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao genitor que causa a situação (e não ao que é vítima dela).

Características

Habitualmente é um fenômeno desencadeado por um dos pais em relação ao outro, do mesmo modo que não é necessariamente causada por divórcio ou separação, mas também pode ser provocado por outra pessoa distinta do guardião do menor (novo companheiro(a), avós, tios, etc.). Também se tem observado casos dentro de famílias intactas (que não sofreram separação), ainda que sejam menos frequentes.

É chamada Síndrome de alienação parental (SAP), conhecida internacionalmente por sua sigla em inglês, (PAS), ao processo destinado a romper o vínculo dos filhos com um dos seus genitores. O termo foi proposto pelo doutor em Psiquiatria Richard A. Gardner em 1985, como consequência do estudo que realizou em casos de divórcios conflituosos ou destrutivos. Posteriormente, centenas de estudos se sucederam comprovando a universalidade dos comportamentos descritos em diversos países onde existe o divórcio. Em português, temos alguns livros publicados sobre o assunto (falta lista de livros), e pode-se citar especialmente o dvd "A morte inventada", sobre este tema.


Características básicas


Normalmente é um fenômeno desencadeado por um dos genitores em relação ao outro, do mesmo modo que não necessariamente se desencadeia por divórcio ou separação, também pode ser provocado por uma outra pessoa que detém a guarda do menor (madrastas/padrastos, avôs, tios, etc...); também se observa casos entre casais que mantém o vínculo ainda que isto seja menos frequente.
Gardner distingue três graus de SAP: leve, moderado e agudo, aconselhando diversas formas de ação para cada um deles, e destacalndo a importância de se distinguir em que caso se está atuando.

Atualmente existe muita informação sobre este fenômeno, que possui legislação específica sobre a matéria em diversos países, sendo incluindo no Código Civil de diversos estados dos EUA e México. O Tribunal Europeu de Direitos Humanos de Estrasburgo também o reconhece igualmente em diversas sentenças sobre temas de família.

É característico dos filhos que estejam envolvidos no processo de divórcio, visto que é provocada pelo genitor responsável pela alienação, mediante uma mensagem e uma programação contituindo o que normalmente se denomina lavagem cerebral. Os filhos que sofrem desta síndrome, desenvolvem um ódio patológico e injustificado contra o pai ou mãe alienado, e tem consequências devastadoras para o desenvolvimento físico e psicológico destes. Consequentemente a síndrome afeta também a familiares do genitor alienado, como avós, tios, primos, etc. Outras vezes, sem chegar a sentir ódio, a SAP provoca nos filhos uma deterioração da imagem do genitor alienado, resultando em valores sentimentais e sociais menores do que aqueles que qualquer criança tem e necessita: o filho(a) não se sente orgulhoso de sua mãe ou pai como as demais crianças. Esta forma mais sutil, que se valerá da omissão e negação de tudo o que se refere à pessoa alienada, não produzirá danos físicos nos menores, mas sim em seu desenvolvimento social e psicológico a longo prazo, quando na idade adulta exercerão seu papel de pai ou mãe.

Crianças vítimas da Síndrome da Alienação Parental são mais propensas a:
  1. Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico.
  2. Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.
  3. Cometer suicídio.
  4. Apresentar baixa auto-estima.
  5. Não conseguir uma relação estável, quando adultas.
  6. Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor alienado.
 Ligações externas

Associações em Portugal que lutam contra este fenómeno:
fonte: wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_aliena%C3%A7%C3%A3o_parental
 




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lobo Mau

São quatro horas da manhã e o despertador toca. Como um cachorro adestrado a responder por um determinado estímulo, eu começo meus rituais diários. Seria interessante pensar que se esta “sineta” não tivesse tocado meu dia seria completamente diferente. Perco alguns minutos com o café da manhã, tomo um banho rápido, arremesso nas costas a minha mochila e sigo rumo à estação de trem. Ainda é noite, e as ruas estão desertas apesar de ser domingo de carnaval. No meu bairro de periferia não há bares abertos, ou padarias com bebedores comemorando a madrugada. Chego a estação de trem, sem me preocupar se conseguiria um banco vazio para sentar. Poucas pessoas, alguns foliões voltando dos bailes, outros com malas, ou mochilas sugerindo viagens. Parece tudo normal para um feriado prolongado. Da janela do trem vejo o dia amanhecer, no hospital um plantão de doze horas me aguarda. Para alguns isso seria algo inaceitável nesta época do ano. Quarenta e cinco minutos depois, eu desço próximo às imediações do hospital. Ao contrário do meu bairro, vejo pessoas bebendo na porta de alguns bares, padarias abertas atendendo os primeiros clientes. Faço uma oração rápida antes de entrar no trabalho pedindo um dia tranqüilo e sem muitas intercorrências. Mas o dia se arrasta, passa lento... Por baixo do jaleco meu corpo transpira, um dia ensolarado e quente. Entre meus pacientes estão dependentes químicos, depressivos com tentativa de suicídio, bipolares em crise, esquizofrênicos dos mais diversos, psicóticos, e tantos outros com as mais diversas patologias. Mas apesar de tudo, não tenho nenhum problema com eles. Na verdade eu gosto do que faço. Pode parecer difícil, mas se olhar para cada ser humano que está ali, perceberá alguém estendendo uma mão e pedindo ajuda. Alguns já passaram tantas vezes por internações devido a suas patologias, que as famílias sabem que não podem exigir muito do tratamento. Esperam ao menos que estejam estáveis o suficiente, para continuarem o tratamento num outro lugar.  Diferentes pessoas, com diferentes histórias e situações. Não quero perder mais tempo falando sobre isso. É algo muito complexo. Treze horas depois com alguns atrasos e inúmeras intercorrências, estou fora do hospital indo para casa. São mais de oito horas da noite. Domingo de carnaval. Não tenho para quem telefonar, ou para onde ir. É um caminho direto para casa e sem muitas opções. Paro numa padaria, minha mente está muito cansada, minha camiseta colada ao corpo suado, meu calçado novo faz doer um dos meus dedos. Penso uma, duas, três vezes, acho que vou desistir, mas... Faço algo bem atípico, preciso de algo que me faça esquecer algumas coisas, e aceitar outras. Sem muitas opções peço uma cerveja e um copo grande. Não é algo que faço pelo “prazer” de sentir a bebida descendo goela a baixo. Não tento imaginar uma daquelas propagandas onde mostram mulheres deslumbrantes e rapazes malhados com garrafas e latas de cerveja mostrando o quanto são felizes por estarem naquela situação. Não, definitivamente não. Em dez minutos esvazio a garrafa de bebida amarga e pesada como se fosse um remédio para meu tédio e preocupações. Prefiro vinhos, destilados, etc. Na verdade depois que comecei a trabalhar no hospital, passei a não preferir mais nada, apenas em trabalhar e me tratar. Sinto meu corpo leve, minhas preocupações menores. Lembro de meus pacientes dependentes químicos e como eles usam as drogas como mecanismo de alivio, fuga, prazer, etc. A questão vai, além disso, mas por enquanto me detenho a esta explicação. É incrível como a bebida sociabiliza as pessoas. Um desconhecido que estava no mesmo lado do balcão faz um comentário sacana sobre a mulata que aparece em destaque na TV da padaria. Dou uma risada e já consigo um amigo. Logo ele estaria falando sobre a esposa, dando referencias de como é o carnaval em sua cidade natal, etc. Sem poder voltar tarde para casa, sigo o caminho de volta. Novamente pelas mesmas estações de trem, o céu escuro e cheio de estrelas, foliões, pessoas com malas e mochilas nas costas, nada mais do que um cenário repetitivo, mas desta vez com um maior número de pessoas. Duas meninas sentadas a minha frente trocam beijos. Não devem ter mais de 16 anos. Fico admirado pela atitude. “Nos amamos e não nos importamos com que o mundo pense”. Não deixo de admira-las. O álcool da cerveja vai perdendo força. Penso no que mais me aborrece no momento, e apesar de tantas coisas sempre volto à mesma questão:

Minha filha que passou a me detestar desde que a minha ex-mulher me viu com minha primeira namorada “pós-separação”. Nada justo, ela já estava namorando bem antes de mim, mas desde então, minha filha não quis mais colocar os pés na minha casa. Conhecidência? Claro que não!

Faço tudo o que está ao meu alcance para agrada-la, mas vejo uma adolescente se formando com a idéia fixa de que o pai não presta. Acho que só estou escrevendo sobre isso para dizer que a vida segue com suas exigências, provações e pressões. Eu poderia citar outras coisas que fazem parte da minha lista negra. Mas quero parar por aqui. Não há comprimido para isso. Psicoterapia me ajuda muito, mas com a vida corrida que levo não consigo estabelecer horários fixos. Minha escala já mudou três vezes neste início de mês, e não quero fazer grandes exigências no momento. Se devido ao transtorno bipolar somos mais suscetíveis a labilidades de humor, descontroles emocionais, etc. Passo a me preocupar muito sobre a possibilidade da minha lista negra ruir a minha estabilidade. Conversei com uma paciente sobre suja trajetória até a crise maníaca. Procurei saber qual foi o percurso até ali, o que a levou a deixar os medicamentos que estava usando há tanto tempo. Ela disse que estava trocando seu tratamento para algo menos ofensivo para o organismo, pelo menos era nisso que acreditava. No entanto, no meio do caminho, teve seu carro roubado, uma discussão séria com o filho e por fim o afastamento do emprego. Rompeu com a realidade e a crise veio com toda a força. Quem tem medo de lobo mau? Eu tenho. Ele sempre está rondando. Apesar de ter uma arma carregada, o medo permanece.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Todos os dias

01:30h – Uma ambulância entra pelos portões do estacionamento do setor de internações de um hospital psiquiátrico. Dentro dela, um motorista, uma enfermeira e um médico da equipe de emergência acompanham uma mãe angustiada ao lado de sua filha que permanece sedada e contida na parte traseira do veiculo. Sem condições de responder as perguntas necessárias para a internação, à médica da instituição tenta obter o máximo de informações possíveis da mãe da paciente que foi chamada as pressas no setor de emergência do aeroporto no qual a filha embarcava para um congresso em Fortaleza. Talvez se fosse possível “ver” a situação pelo ângulo de cada pessoa envolvida nesta cena a coisa seria mais ou menos assim:

Para a equipe de remoção seria mais um trabalho como tantos outros realizados naquela madrugada. Entre vítimas de acidentes de trânsito, emergências psiquiátricas, cardíacas, falsas chamadas, e algumas que não necessitariam da presença de uma equipe especializada, mas que alimentam o banco de dados da central de atendimento e que necessitam ser verificadas.

Para a médica plantonista, talvez seria mais uma paciente internada em crise maníaca necessitando de cuidados imediatos. Uma dentre tantas outras em sua carreira. Ela sabe que tem uma responsabilidade a cumprir e procura fazer isso da maneira mais profissional e humana possível. Provavelmente esta paciente será direcionada a um outro médico no período diurno, mas como médica responsável por aquele plantão, ela tem como prioridade estabilizar a situação e garantir o atendimento necessário naquele momento.

Dizem que sofrimento de mãe é algo indescritível. Não pretendo desmistificar isso, mas posso descrever uma senhora de meia idade com os olhos vermelhos, o rosto cansado, voz rouca e gestos protetores a todo instante. Quem tem um filho sabe que não poderia ser diferente.

Mais tarde lendo o histórico da paciente e conversando por alguns minutos com a mãe, eu soube que seu marido também sofria de transtorno afetivo bipolar. Que este era o primeiro episódio de surto vivido pela filha, e justamente num momento em que ela embarcava para um importante congresso representando a empresa do qual faz parte. O “gatilho” para a fazia maníaca provavelmente teria sido alguns medicamentos usados de forma indiscriminada para emagrecer.

Eu estava numa das alas do hospital conversando com uma paciente insone quando recebi um telefonema da recepção do hospital informando a internação. Solicitei a um outro membro da equipe que me acompanhasse e fomos ao encontro da paciente. Gosto de chegar antes do término da consulta de admissão para avaliar a situação. Alguns pacientes chegam ouvindo vozes, vendo vultos, e distorcendo completamente a realidade. Acreditam estar sendo perseguidos, aprisionados por conspiradores, ou seres de outro planeta. Gritam, agitam, se tornam agressivos e resistentes dificultando a internação.

Num aspecto geral, emergências psiquiátricas são caracterizadas por pacientes que colocam a própria vida em risco, a vida de outras pessoas, ou não tem condições de cuidar de si mesmos.

Embora tivesse recebido uma dose significativa de sedativos a paciente estava muito chorosa, referindo dor onde havia sido aplicada a injeção, roupas sujas, e as faixas de contenção permaneciam amarradas nos seus pulsos e tornozelos. Lentamente a conduzimos até o quarto de observação onde suas roupas foram trocadas e as faixas retiradas. Inquieta e reclamando a todo instante pela presença da mãe, acabou deitando na cama e dormindo quinze minutos depois.

Todas as madrugadas histórias como estas se repetem dentro de um setor de emergência de um hospital psiquiátrico. Algumas vezes até cinco internações numa mesma madrugada. Histórias parecidas ou completamente distintas, pessoas ricas, pobres, intelectualizadas ou com carência de qualquer tipo de orientação básica do que possa ser a sua própria doença. Algumas atribuindo tais patologias ou dependências químicas a espíritos malignos e possessões. Mas o que realmente me impressiona são as internações destinadas a pessoas envolvidas com a área da saúde. Enfermeiros, psiquiatras, terapeutas, estudantes de medicina, psicólogos, etc. Pessoas que deveriam estar aparentemente imunes à ignorância quanto à doença ou transtornos que carregam. Isso realmente me toca. Não me refiro aos sujeitos que mesmo fazendo uso de medicamentos e terapias ficam doentes, mas daqueles que um dia resolveram provar a si mesmos que não necessitavam mais de qualquer tipo de ajuda.

Eu me pergunto todos os dias se estou realmente me cuidando como deveria. Não tenho dúvidas quanto a minha vontade de manter o tratamento.

Fevereiro

Fevereiro é o segundo mês do ano, pelo calendário gregoriano. Tem a duração de 28 dias, a não ser em anos bissextos, em que é adicionado um dia a este mês. Já existiram três dias 30 de Fevereiro na história. O nome fevereiro vem do latim februarius, inspirado em Februus, deus da morte e da purificação na mitologia etrusca. Originariamente, fevereiro possuía 29 dias e 30 como ano bissexto, mas por exigência do Imperador César Augusto, de Roma, um de seus dias passou para o mês de agosto, para que o mesmo ficasse com 31 dias, semelhante a julho, mês batizado assim em homenagem ao Imperador Júlio César.
  
Datas comemorativas
 
Terça-feira de Carnaval (3 de fevereiro a 9 de março em ano não bissexto ou 4 de fevereiro a 9 de março em ano bissexto)

Quarta-feira de cinzas (uma quarta-feira entre 4 de fevereiro e 10 de março em ano não bissexto ou 5 de fevereiro a 10 de março em ano bissexto)

1 de fevereiro - Dia do Publicitário
2 de fevereiro - Dia do Agente Fiscal da Receita Federal
2 de fevereiro - Dia de Iemanjá
5 de fevereiro - Dia do Datiloscopista
7 de fevereiro - Dia do Gráfico
9 de fevereiro - Dia do Zelador
10 de fevereiro - Dia do Atleta Profissional
11 de fevereiro - Dia da Criação da Casa da Moeda do Brasil
11 de fevereiro - Dia Mundial do Enfermo
13 de fevereiro - Dia Nacional do Ministério Público
14 de fevereiro - Dia da Amizade   (Também comemorado dia dos Namorados em alguns países europeus e nos Estados Unidos)
16 de fevereiro - Dia do Repórter
19 de fevereiro - Dia do Desportista
21 de fevereiro - Dia da Conquista de Monte Castelo (1945)
23 de fevereiro - Dia do Rotaryano
24 de fevereiro - Promulgação da primeira Constituição da República do Brasil (1891)
25 de fevereiro - Dia da criação do Ministério das Comunicações
26 de fevereiro - Dia do Comediante  27 de fevereiro - Dia dos Idosos