quinta-feira, 16 de setembro de 2010


“A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.

Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias e a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas, esse conhecimento, esse sentimento está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica.

Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéias que faço de Deus.  

ALBERT  EINSTEIN (1879-1955)


domingo, 5 de setembro de 2010

Sinceramente


Em breve trarei algumas mudanças para o conteúdo e a apresentação deste blog. Na verdade não há muito que debater sobre a bipolaridade. Podemos falar do aspecto etiológico, tratamentos farmacológicos, terapêuticos, instituições ligada aos transtornos afetivos, filmes, publicações literárias, etc. Parece muito, mas não é. O resto fica sobre as minhas experiências não apenas como portador do transtorno, mas também profissional da área da saúde atuando dentro de uma instituição psiquiátrica atendendo bipolares, esquizofrênicos, transtornos de personalidades, dependentes químicos, depressivos, etc. Seria cômico, se não fosse tão serio, ouvir um paciente durante uma internação relatar sentimentos e situações que eu mesmo já vivenciei em algumas de minhas crises. No meio de todo este processo ficam minhas conquistas, frustrações, experiências, perdas, ganhos e algumas vezes uma sensação de impotência diante de alguns casos. Considero-me um ser um tanto quanto anti-social. Em certos momentos prefiro estar atuando no meio dos meus pacientes, do que participando de reuniões com outros seres humanos ditos "conscientes". Admito minhas falhas e defeitos. Acho que ninguém tem o direito de rotular alguém como "louco", ou demonstrar preconceito diante do tema. Há mais desajustados soltos pela sociedade, do que dentro das instituições psiquiátricas. Pessoas que abusam de seu poder das mais diversas formas, para assediar moralmente, sexualmente, coagir e chantagear, outros tentam chegar aos seus objetivos a qualquer custo,  motoristas que dirigem embriagados, ou usam seus veículos como armas, marginais que aproveitam o anonimato que uma torcida organizada oferece para surrar outras pessoas, ou cometer atos de vandalismo, fanáticos religiosos, homofóbicos, etc. Os exemplos crescem a cada dia em forma e tamanho. Mas meu tema principal não é este. Dou passos pequenos e vacilantes, mas sou humilde em dizer que hoje estou deste lado. Amanhã quem sabe? Posso estar sentado numa cadeira na frente de um médico, psiquiatra, psicólogo ou enfermeiro prestes a ser internado devido a uma crise. Faço o que a ciência recomenda e aconselha para manter o equilíbrio. Tomo meus medicamentos, tento fazer terapia sempre que posso, mas... Isso também não impediu que outras pessoas chegassem até a mim destruídas, com os braços cheios de cicatrizes, ouvindo vozes, distantes da realidade, delirantes com idéias que as levavam ao desespero, alguns à morte. Fé em Deus! Estabilizante de humor, ansiolitico, terapia e fé me Deus.